Área: Ciências Humanas
Subárea: História
Estado: Rio Grande do Sul
Cidade: Bento Gonçalves
Escola: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Bento Gonçalves
Resumo: O golpe que instaurou a ditadura civil-militar brasileira fez com que muitos cidadãos perdessem suas liberdades e direitos civis. Os opositores ao regime – grupo mais afetado neste período - eram perseguidos politicamente e seus filhos também poderiam ser atingidos. Algumas dessas crianças foram sequestradas e/ou adotadas ilegalmente por militares ou pessoas ligadas a eles (BORGES, 2008), ocasionando assim, marcas psicológicas que permaneceram ao longo de suas vidas. É necessário que as histórias dessas vítimas sejam amplamente contadas aos discentes e que se tornem objeto de estudo nas escolas, para que jamais sejam esquecidas e nem repetidas. O objetivo deste projeto de pesquisa foi compreender algumas das consequências deixadas por esses crimes, e a metodologia aplicada consistiu em analisar artigos acadêmicos, obras literárias e documentários que contemplem o período de 1969 a 1974 e as histórias das crianças atingidas durante este tempo. Os resultados parciais indicam que uma das motivações para as adoções dos filhos dos “subversivos”, era a intenção de reeducá-los conforme os ideais do regime, a fim de estimular a sua simpatia ou adesão ao sistema vigente (PADRÓS, 2011). Aqueles que foram adotados tiveram suas verdadeiras identidades subtraídas por anos, não sabendo nem seus nomes, muito menos suas origens. Somente alguns conseguiram descobri-las entre os documentos tornados públicos pelo governo em programas que visam investigar graves violações de direitos humanos, como a Comissão Nacional da Verdade. É possível concluir que as lembranças e feridas causadas pela ditadura nessas pessoas ainda permanecem, e que, sobretudo, tiveram suas infâncias perdidas.