Área: Ciências Humanas
Subárea: História
Estado: Paraná
Cidade: Campo Largo
Escola: Instituto Federal do Paraná - Campus Campo Largo
Resumo: As principais características do autoritarismo são a repressão, a intolerância, a corrupção, o mandonismo, o patrimonialismo e a violência. Tais características permeiam a história do Brasil. A Ditadura Civil-Militar (1964-1985) foi o período de ápice do autoritarismo no país. Foi marcada pelo terrorismo de Estado, que deixou profundas marcas na configuração da sociedade brasileira mesmo após a redemocratização. O patriarcalismo é uma dessas marcas e este projeto analisa a luta feminina contra o autoritarismo no Brasil. Com o objetivo de comparar a resistência a práticas autoritárias durante o período ditatorial e a Nova República, selecionamos trajetórias de quatro mulheres que se destacaram por enfrentar esferas do Estado brasileiro para conseguir direitos políticos, igualdade no mundo do trabalho e punição para violências decorrentes de discriminações de gênero, racismo e desigualdade social. A metodologia de pesquisa consiste na análise de biografias, documentos oficiais disponíveis no Arquivo Nacional e materiais de imprensa acerca de dois grupos de mulheres. O primeiro grupo inclui mulheres que fizeram clara oposição à Ditadura: Eunice Paiva e Maria Amélia de Almeida Teles. Eunice lutou para que o Estado brasileiro reconhecesse que seu marido Rubens Paiva fora torturado e assassinado. Também participou das discussões para a elaboração da Constituição de 1988. Maria Amélia, conhecida como Amelinha, foi torturada por causa de sua militância política; fez parte da criação do jornal “Brasil Mulher”, desenvolveu estudos sobre o feminismo, atuou no movimento em favor da Anistia, participou da Comissão Nacional da Verdade e, assim como Eunice, teve grande importância na luta pelo reconhecimento do Estado em relação aos desaparecidos políticos. O segundo grupo inclui Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, e Sônia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Obtiveram destaque por denunciar a corrupção, o racismo estrutural e o genocídio da população negra e dos povos indígenas do Brasil.