Área: Ciências Biológicas
Subárea: Bioquímica
Estado: Rio de Janeiro
Cidade: Rio de Janeiro
Escola: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é a segunda desordem neurodegenerativa mais comum no mundo, sendo caracterizada pela perda seletiva de neurônios dopaminérgicos na substantia nigra do cérebro, onde também se encontram agregados intracelulares da proteína α-sinucleína (aS). Sabe-se que a dopamina e seus metabólitos contendo grupo catecol estabilizam oligômeros tóxicos de aS. Substâncias naturais como a quercetina também contém o grupo catecol na estrutura. Desse modo, este estudo visou a análise da toxicidade da quercetina na DP. Para avaliar isso, a aS foi incubada com dopamina e/ou quercetina, e seu perfil de oligomerização avaliado por eletroforese e cromatografia líquida. A toxicidade dos agregados estabilizados foi avaliada pela incubação destes com neuroblastomas SH-SY5Y e análise da viabilidade celular por ensaio de MTT. Também foi analisada a cinética de oxidação da dopamina na ausência ou presença de quercetina pelo método iodométrico-espectrofotométrico. Observou-se que a quercetina altera o perfil de oligomerização da aS induzida pela dopamina, estabilizando dímeros e trímeros e diminuindo a formação de oligômeros grandes. Constatou-se que a quercetina acelera a oxidação da dopamina, ao invés de atuar como antioxidante. Ademais, amostras de oligômeros estabilizados na presença de dopamina e quercetina foram mais tóxicas que aquelas na ausência de um destes. Portanto, conclui-se que a quercetina altera o perfil de oligomerização da aS na presença de dopamina e a cinética de oxidação da dopamina, o que acarretaria em danos celulares a pacientes de DP devido à toxicidade dos oligômeros e ao estresse oxidativo.