Área: Ciências Humanas
Subárea: História
Estado: Paraná
Cidade: Campo Largo
Escola: Instituto Federal do Paraná - Campus Campo Largo

Resumo: A pesquisa objetiva entender os processos de inserção social de ex-escravizados no Paraná entre 1880 e 1900. A escolha deste período decorre de sua importância como momento de transição político-social, marcado pela promulgação da Lei Áurea e pela Proclamação da República. Dessa maneira, busca-se entender quais atitudes foram tomadas por instituições públicas e privadas para a integração dos libertos nas diversas esferas sociais, como trabalho, família, educação e religião. Além de pesquisa bibliográfica, as principais fontes primárias estudadas são os Relatórios de Governo do Paraná, disponíveis no Arquivo Público do Estado, e jornais da época como “A Idea” e “A República”. O projeto justifica-se pela necessidade de conhecer os processos históricos de repressão e marginalização de pessoas negras que configuraram o racismo estrutural na sociedade brasileira. Sabe-se que o fim legal do sistema escravocrata não promoveu a igualdade socioeconômica e política entre negros e brancos. Até o momento, a análise dos materiais supracitados permitiu aferir que havia grande invisibilidade e marginalização da população negra escravizada e alforriada nas políticas públicas. Exemplificando uma percepção preconceituosa da imprensa paranaense, a edição do jornal “A Republica” de 1888 taxava a presença de grupos de libertos na rua como um problema e defendia a intervenção policial. No âmbito político, a Reforma Política de 1882 apenas garantia o voto para libertos alfabetizados. No entanto, poucos destes aprendiam a ler nas precárias e escassas escolas noturnas. As ideias abolicionistas e republicanas contratavam com a exclusão social à qual os negros estavam submetidos no Paraná.


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