Área: Ciências Humanas
Subárea: História
Estado: Paraná
Cidade: Campo Largo
Escola: Instituto Federal do Paraná - Campus Campo Largo

Resumo: Esta pesquisa tem como propósito verificar como a mulher negra foi abordada na imprensa paranaense a partir da segunda metade do século XX e compreender as lutas travadas pelos movimentos ligados ao feminismo negro no estado. Considerando que o Paraná é o estado com mais negros do sul do país, visamos contribuir para as pesquisas sobre o movimento negro regional e atentar para a progressiva luta das mulheres negras contra a dupla opressão formada pelo racismo e pelo sexismo. A histórica marginalização social das mulheres negras está atrelada à abolição da escravidão sem projeto político de inclusão social, a modelos econômicos que acentuaram desigualdades e à perpetuação de estruturas sociais patriarcais e sexistas. Realizamos estudos de jornais do estado disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira, dentre os quais destacamos o “Diário da Tarde” e o “Correio de Notícias”. Há uma invisibilidade do Movimento Negro na imprensa de grande circulação e as poucas menções à mulher negra destacam “exotismo” e “sensualidade”. Até o final do século ainda se observam matérias racistas e sexistas. Todavia, surgiu uma imprensa feminista desde a Ditadura. Vale ressaltar o jornal Brasil Mulher, editado inicialmente em Londrina, e que trazia pautas como democratização e liberdade sexual. Mesmo nestes jornais de oposição, o racismo e a vida das mulheres negras eram pouco abordados. Nos dias atuais, coletivos como a Rede de Mulheres Negras do Paraná têm como pauta estimular o afroempreendedorismo e promover diálogos sobre racismo estrutural, direitos das mulheres e criação de redes de reivindicação por transformação social.


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